Negociação: Por que muitos empresários abrem mão de suas decisões mais críticas?
No mundo dos negócios, é quase inevitável que empresários sejam vistos como controladores. Essa característica, no entanto, raramente nasce de uma escolha deliberada: ela é fruto das circunstâncias.
Luciana Crespim
9/12/20252 min read


No mundo dos negócios, é quase inevitável que empresários sejam vistos como controladores. Essa característica, no entanto, raramente nasce de uma escolha deliberada: ela é fruto das circunstâncias.
Com margens de lucro cada vez mais apertadas, riscos elevados e decisões que carregam peso estratégico, muitos líderes acabam centralizando o poder e se tornando desconfiados. Não por vaidade, mas porque cicatrizes de más escolhas feitas no passado — muitas vezes por terceiros — deixaram marcas profundas.
Ainda assim, existe uma contradição curiosa: enquanto empresários gastam anos se especializando em finanças, vendas e gestão industrial, acabam por terceirizar as decisões mais críticas de sua trajetória. Por hábito, comodismo ou falta de preparo, deixam que advogados, árbitros, conciliadores ou juízes ditem os rumos de questões que poderiam (e deveriam) ser resolvidas na mesa de negociação.
O problema é que, quando colocamos nossas escolhas nas mãos de pessoas distantes do nosso dia a dia, dos nossos valores e da nossa realidade, acabamos nos tornando reféns de nossa própria inabilidade em negociar.
A escala do controle e da influência
Quando o assunto é disputa, conflito ou tomada de decisão, podemos imaginar uma linha de possibilidades:
➡ Evitação → Negociação → Mediação → Conciliação → Arbitragem → Litígio (Judicial)
👉 Quanto mais à direita você se posiciona, menos controle terá sobre o resultado.
👉 Quanto mais cedo você desenvolve competência em negociação, mais chances tem de proteger sua autonomia e reduzir custos.
Cada etapa adiciona formalidade, tempo e dinheiro. Enquanto a negociação preserva autonomia e flexibilidade, o litígio transfere o poder de decisão para um terceiro — um juiz, que pode ou não compreender as nuances do seu negócio.
O custo da terceirização das decisões
Terceirizar pode parecer conveniente no curto prazo, mas gera impactos profundos:
Financeiros: custos com processos judiciais, honorários e indenizações.
Psicológicos: perda de energia e foco, desgaste emocional e estresse contínuo.
Estratégicos: decisões que não refletem sua visão empresarial, mas a interpretação de terceiros.
Negociar bem, por outro lado, é assumir o volante da própria empresa. É transformar riscos em oportunidades, proteger relacionamentos e tomar decisões alinhadas com seus objetivos de longo prazo.
Negociação não é um talento reservado a advogados, mediadores ou consultores externos. É uma habilidade essencial para qualquer líder empresarial.
Quem negocia bem cria alternativas antes que os problemas escalem.
Quem negocia bem defende seu espaço de poder e influência.
Quem negocia bem evita se tornar refém de terceiros.
No fim das contas, não se trata apenas de fechar acordos. Trata-se de manter o controle do próprio destino — empresarial e pessoal.
✨ Reflexão final:
Você tem dedicado energia para desenvolver suas habilidades de negociação ou ainda está entregando as suas decisões mais críticas para terceiros?

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